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22.º Domingo de Pentecostes - Lucas 20:27-38 - 10/11/2019 (Podcast)

Reflexão do Evangelho do 22.º Domingo de Pentecostes
Lucas 20:27-38

A ideia da ressurreição está no centro da mensagem do Evangelho. Primeiramente porque cremos que Jesus ressuscitou dos mortos. E, em segundo lugar, porque cremos que também nós ressuscitaremos dos mortos. O conceito de ressurreição nos permite compreender o significado do Batismo, que é o sinal visível da nossa filiação com Deus. Ao mesmo tempo, é um imperativo, uma ordem de Jesus, para todas as pessoas que o seguem: em tudo o que fazemos devemos combater aquilo que mata o ser humano no íntimo do seu ser e na sociedade.

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No texto do Evangelho deste domingo, temos um debate entre Jesus e os Saduceus. Ao que me parece, de forma provocativa, essas pessoas — de um partido judaico que não acreditava na ressurreição — perguntam a Jesus: após a ressurreição, de quem vai ser a esposa que, em vida, casou-se com vários irmãos? A pergunta surgiu, já que a lei de Moisés dizia que em caso de falecimento de um homem, a mulher viúva, sem filhos, deveria se casar com o cunhado. Na hipótese levantada na pergunta, havia uma mulher que ficou viúva consecutivamente, e se casara com mais de dois irmãos.

A resposta de Jesus foi: “os que Deus julgar dignos da ressurreição dos mortos e de participar da vida futura, não se casarão mais, porque não podem mais morrer, pois serão como os anjos”. Deus não trata as pessoas como coisas, do jeito que muitas vezes costumamos fazer. Em nossas atitudes e pensamentos, devido às convenções sociais, acabamos matando as pessoas, diminuindo o seu valor. Nesses casos, muitas vezes transferimos nossas ideias e preconceitos para Deus, como fazia a religião no tempo de Jesus.

Conheço cristãos que criticam os seus líderes religiosos porque eles defendem o direito dos mais pobres e das minorias sociais. Veem o discurso desses líderes como uma ameaça às suas igrejas. Acusam dizendo que em seus discursos não mencionam o nome de Jesus, que são anárquicos, comunistas, políticos. Entendo que essa quebra de protocolo religioso, incomoda muito aqueles que estão mais apegados à tradição religiosa do que ao Evangelho.
Isso me desperta indignação, porque Jesus sempre quebrou os protocolos religiosos e sociais: tocou em pessoas doentes, curou em dia de sábado, pronunciou o nome sagrado de Deus, conversou com mulheres em lugares públicos, ousou expulsar os cambistas do templo e interromper a execução de uma mulher condenado à morte por adultério. Cremos que Jesus burlou até as leis da natureza, quando ressuscitou dos mortos.

Discípulo e discípula de Jesus Cristo. Devemos trabalhar em prol da vida. Que o Senhor Ressuscitado nos dê ânimo e força para vivermos o Batismo dia-a-dia, resolutos na missão de combater toda forma de escravidão, seja do pecado, da idolatria que está instalada em nossas comunidades cristãs e a escravidão de seres humanos.

Oremos: Ó Deus, cujo Filho, para sempre bendito, foi manifestado para destruir as obras do mal, torna-nos filhos e filhas de Deus e herdeiros da vida eterna; permite, nós te suplicamos, que nesta esperança nos purifiquemos, assim como Ele é puro. Para que, quando vier outra vez com poder e grande glória, tornemo-nos semelhantes a Ele no seu eterno e glorioso reino, por Jesus Cristo nosso Senhor. Amém.

Voz: Rev. Sérgio