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“Passemos para outra margem” (Marcos 4:35-41)

bispo revisado1 OKNo dia 14 de outubro a Diocese Anglicana da Amazônia estará celebrando 10 anos de missão. É claro que a história da Igreja Anglicana na região se estende muito além dessa década – de fato desde 1912. Foi nesse ano que chegou o clérigo inglês Arthur Moss para implantar uma capelania para falantes de língua inglesa. Quão distante da nossa Igreja hoje! A Igreja Anglicana tende a se adaptar ao contexto local, para que seja sempre uma igreja que participa na vida dos seus fiéis, construindo junto com eles o Reino de Deus aqui na terra. Não foi diferente na Diocese da Amazônia. Em 1955 o primeiro missionário norte americano foi mandado para a região pela Diocese de Rio de Janeiro, para trabalhar com brasileiros. A partir dessa época a Igreja começou a expandir e a se aculturar, ainda mantendo as suas tradições que nos identifica como anglicanos ao redor do mundo.

A ideia de se tornar uma diocese não foi algo repentino. Durante muitos anos o plano da Diocese foi gestado e se tornou realidade a partir de 2000 com a criação do distrito missionário, e desde então vem se desenrolando conforme as necessidades e possibilidades de caminharmos com os próprios pés. Afinal, como fala o nosso bispo no site da Diocese “para o cristão anglicano a Igreja é a diocese, onde os ministérios e carismas do Espírito Santo se manifestam de forma plena.”

 

E essa construção se tornou possível junto com o povo caloroso da Diocese, que acreditou e lutou para que esse sonho se realizasse. Ao longo desses 10 anos essa família de Deus continuou trabalhando na construção do Reino na Diocese, sempre de acordo com o lema que o primeiro Bispo Saulo Maurício de Barros escolheu para o seu episcopado: “Eu venho para servir e não para ser servido”.

 

A Diocese começou a tomar forma, revisou seus cânones, buscou a história da Igreja na região que tinha sido esquecido e trouxe vida a ela, registrando também as atividades na Diocese em duas revistas diocesanas. Começou o curso de ministério leigo, preparando homens e mulheres para a missão que é de todos nós.

 

Nesse período vimos crescer a comunidade de São Pedro Pescador, em Gurupá, onde a Igreja testemunhou o amor incondicional de Deus, ajudando um grupo de pescadores a se estruturar e se fortalecer, sem esperar nada em troco. Lá plantou uma semente em terra fértil e a comunidade está crescendo cada vez mais. Nasceu também a comunidade do Divino Salvador, em Ulianópolis, que segue forte, mesmo sem a presença permanente de um clérigo.

 

E a missão da igreja não é apenas a construção do templo e a celebração dominical. Na comunidade de Bujarú a Diocese tem apoiado um grupo de Agricultores Familiares com a implementação da Oficina sobre Segurança Alimentar e em Tomé-Açú, com ajuda de advogados, conseguiu assegurar a moradia de mais de 200 famílias ameaçadas de serem retiradas dos seus terrenos, ironicamente para a implantação do projeto Minha Casa Minha Vida. Hoje esse local se chama Nova Conquista e muitas pessoas sonham e implantar uma igreja anglicana lá.

 

Os encontros como EJC, Encontro da Família, Encontro de Mulheres, Retiro com Clero e Família, Encontro de Vocação, têm fortalecido o povo da Diocese na sua fé. Sem falar das inúmeras lutas nas quais a Diocese tem se manifestado, levando a Cartilha sobre a Violência contra a Mulher para as comunidades em Belém e Ulianópolis; organizando debates como a Mesa Redonda sobre o Tráfico Humano, participando no Grito dos Excluídos clamando por aqueles que continuam marginalizados na nossa sociedade.

 

E em 2014 a Diocese começou o Curso de Formação de Lideranças Populares na Amazônia, no intuito de orientar aqueles que querem fazer a diferença na sociedade ou na sua comunidade para que eles possam ser multiplicadores, ajudando outras pessoas a se defenderem e a reivindicarem os seus direitos. Com isso surgiu dois projetos da primeira edição – de música na comunidade de Anunciação em Icoaraci, e de complementação escolar na Paróquia da Santíssima Trindade no Conjunto Maguary. Na segunda edição o Curso está apoiando projetos que já existem e outros que serão construídos ao longo do próximo ano.

 

O lema da Diocese para esse ano é “passemos para a outra margem”, ou seja, precisamos sair das quatro paredes da igreja e participar na comunidade, segundo as cinco marcas de missão da Igreja Anglicana. Que Deus abençoe essa Diocese e o seu povo para que possam continuar com esse zelo missionário levando a verdade de um Cristo libertador que participa na vida do povo e denunciar as injustiças.

Texto: + Ruth Barros

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