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Consulta Internacional da Us‏

ATT00004Anglicanos de diversas partes do mundo estiveram reunidos em Fiji entre os dias 02 e 08 de julho para uma consulta internacional que teve como tema principal a justiça climática. O evento, organizado pela agência missionária Sociedade Unida (Us), teve o propósito de ajudar os líderes anglicanos a “lidar de forma mais vigorosa” com os desafios das mudanças climáticas e determinar as prioridades da entidade para os próximos três anos, redesenhando seus objetivos e metas. Estive representando a Igreja Episcopal Anglicana do Brasil por nomeação do Bispo Primaz.

Ao se referir ao dramático tema das mudanças climáticas, o Arcebispo de Cantuária externou sua esperança aos participantes: “Nós precisamos enfrentar este problema juntos e encontrar um caminho a seguir. Então, seremos capazes de cumprir nosso propósito. A minha oração é que esta consulta venha a desempenhar um papel extremamente importante na definição de uma estratégia de que produza justiça climática".

Quanto aos propósitos determinados pelos conselheiros da instituição, Rachel Parry, coordenadora de relações globais, afirmou, “Ao afirmar a direção atual e as áreas de missão com as quais a Us está engajada ao redor do mundo, esta consulta nos permitiu focar mais profundamente nas prioridades da missão nos diferentes contextos de onde os delegados vieram, e destacar algumas áreas em particular na qual precisamos depositar nossa atenção nos próximos três anos”.

Recepção e Visita as Comunidades Locais

ATT00006Nos dois dias que antecederam a reunião fomos acolhidos pelos anglicanos de Fiji, através de uma belíssima celebração de abertura e da visita as comunidades locais.
Na celebração de abertura fomos surpreendidos pela contextualização e poesia da liturgia.
Tive o privilégio de presidir a Eucaristia na na Paróquia de Santo Atanásio em Tamavua-i-wai, Suva.
Estiveram comigo o Bispo Dhiloraj Canagasabey, do Siri Lanka, que ficou responsável pela mensagem, e a Revda. Val Ogden, da Inglaterra, que mora em Fiji e trabalha no Pacific Theological College.
Foi um momento muito intenso, no qual podemos atestar através do envolvimento da comunidade o companheirismo e amizade do povo anglicano. A participação do povo na celebração com seu potente canto, a apresentação dos grupos da escola dominical e o lanche preparado carinhosamente pelas mulheres. No final participamos de uma cerimônia local na qual os visitantes são saudados através de um drinque preparado com raízes de uma planta, o Kava.

Consulta sobre Mudanças Climáticas

ATT00008Anglicanos de diferentes partes do mundo presentes ao encontro fizeram um novo compromisso de lutar pela justiça climática. Essa reafirmação de engajamento com a questão ecológica foi feito na conclusão da nossa consulta internacional.

A diretora de relações globais da sociedade, Rachel Parry, disse que: “Ao afirmar a direção atual e as áreas de missão com as quais a Us está engajada ao redor do mundo, esta consulta nos permitiu focar mais profundamente as prioridades da missão nos diferentes contextos de onde os delegados vieram, e destacar algumas áreas nas quais precisamos depositar nossa atenção nos próximos três anos". Afirmou ainda, “nos próximos meses estas prioridades estarão detalhadas e começarão a ser moldadas em respostas práticas e áreas de colaboração compartilhada”.
Anglicanos de 19 províncias estiveram representados na consulta, para “entender mais sobre a necessidade de redobrar os seus esforços no envolvimento com a justiça climática”, disse a Sociedade Unida. Fiji foi escolhida como hospedeira porque ele está enfrentando graves consequências do aquecimento global - 676 aldeias no país vivem em risco de inundações devido à elevação do nível do mar. Cerca de 40 aldeias já estão sendo transferida para áreas mais elevadas, vivendo o drama de perder sua terra e parte da sua história.
O bispo da Diocese de Lincoln, Igreja da Inglaterra, Christopher Lowson, disse que os dias da consulta tinham lhe ensinado “a conexão entre o homem, Deus e o meio ambiente”.
O Arcebispo do Caribe, bispo de Barbados, John Holder, comentou: “Nós percebemos que estamos todos conectados neste mundo. Todos nós enfrentamos os mesmos problemas em termos de clima e também os mesmos excessos praticados pelos seres humanos. O que fizemos neste encontro foi nos comprometermos a transformar o nosso mundo e a nossa igreja em um lugar melhor”.
O anfitrião da consulta, o Bispo Winston Halapua, o Bispo da Polinésia e um dos três arcebispos da Igreja Anglicana em Aotearoa , Nova Zelândia e Polinésia , descreveu a consulta como “histórica”, acrescentando: “Nos últimos dias, foram apresentadas questões de diferentes contextos. Nós as compartilhamos, e no meio delas tentamos encontrar a vontade de Deus. Onde está Jesus, em todo o nosso empenho na missão de Deus? É tão maravilhoso estarmos aqui como membros da Comunhão Anglicana... Já não somos as mesmas pessoas que começamos está consulta. Quando nos reunimos em Cristo, caminhamos juntas. Quando deixarmos este lugar, seremos pessoas renovadas para a missão de Deus”.
Penso que a Igreja Anglicana do Brasil precisa pensar mais intensamente seu envolvimento na missão como engajamento na questão ecológica, pois a vida como a conhecemos no planeta terra encontra-se seriamente ameaçada, e, no caso de confirmação das previsões menos otimistas, não teremos em um futuro próximo nem mesmo com quem realizar a missão divina. Sugiro que comecemos um processo simples de educação para a justiça ecológica nas nossas comunidades anglicanas. Na Amazônia, por exemplo, não deixando de lado os grandes temas, mas atentando para a realidade da consciência do povo, estamos tratando questões simples e básicas, como por exemplo, deixar de usar copos plásticos (e isso tem sido uma luta!) ou reter água da chuva para usar na limpeza e no jardim da Catedral. Penso que esse é um caminho, mas falta na minha diocese uma sistematização deste processo.

Dom Saulo Barros - Bispo da Diocese Anglicana da Amazônia

Fontes:
Anglican Communion News Service

Notas pessoais
Fotos: Adrian Smith
Us: Saulo Barros

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